terça-feira, abril 25, 2006

Dia 12: De Merzouga a Imzizoui

Tempo de partir. Convergimos à sala de refeições para, demoradamente, tomar o pequeno-almoço. Após a refeição farta - convenhamos que limitações não faltariam nos próximos dias - arrumámos o equipamento e deixámos o albergue já por volta das 10:30.

O céu estava limpo e a temperatura agradável. Descemos a Merzouga para apanhar a velha pista para Rissani. Começou por ser dura e pedregosa, depois atravessámos uma parte arenosa com algumas dunas, até chegarmos à poeirenta bacia do oued Ziz que nos conduziu até à localidade.

Tínhamos de abastecer de mantimentos e dirigímo-nos ao souk(mercado) onde comprámos essencialmente fruta, pão, conservas e àgua.
Estava na hora de almoço e decidimos aproveitar a ocasião para comer. Estacionámos na esplanada de um restaurante e pedimos tagines e cuscuz.

Deixámos Rissani, já quase a meio da tarde, com destino a Tagounite através duma pista dura e rolante, com bastantes passagens de areia, para Sudoeste. Ao longo dos amplos vales, a grandeza do sul extendia-se em todas as direcções. No horizonte erguiam-se planaltos que transpunhamos, ora através de estreitos desfiladeiros, ora ao longo de sinuosas trialeiras.
Ao fim da tarde já estávamos quase às portas do imenso vale de Imzizoui. O vento soprava intensamente e as colinas enrugadas refletiam a suave luz avermelhada do astro-rei. Parei para tirar umas fotos e a coluna prosseguiu. Alguns minutos depois, quando me lancei no seu encalce, o vento já tinha revolvido o fino pó que cobria o solo duro, eliminando os rastos das motos. Pouco depois, deparei-me num extenso vale com pistas a divergir em todas as direcções. Da comitiva, nem sinal... nem rastos.
Durante alguns minutos sondei as várias direcções possíveis em busca de traços... mas sem nenhum sucesso. Estava decidido a arrancar rumo a Tagounite mas, como provavelmente voltariam à minha procura, fiquei à espera mais alguns minutos.
Pouco depois, surge o Alex de trás duma duna. Tinham saída de pista através duma grande duna que barrava o acesso ao vale de Imzizoui e, devido ao vento, as marcas já tinham desaparecido.

Reunímo-nos pouco depois e, devido ao aproximar da noite, decidimos procurar lugar para ficar por ali. Mesmo à entrada do vale, bem desviada da pista, uma longa duna de areia proporcionava um boa protecção ao vento e pouco depois já estávamos a montar o acampamento.
Ao jantar tratei-me com uma latinha de atum com tomate, meloa e laranjas. Apesar da noite ventosa, o abrigo dunar oferecia-nos uma boa protecção e, rapidamente, recolhemo-nos aos aposentos para descansar - "AHHhhh! Já estava com saudades deste som!" - interrompido apenas pelo silvar do vento, o som do silêncio ecoava profundamente pelo vale. O melhor som do mundo.

Percurso do dia

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2 comentários:

cvarao disse...

poxa, ó Deus.. não sabia que eras tão viajado... ;) Que fixe, todas as viagens... Gostava de ir até roma, sempre pla costa....

p1ngger disse...

terra boa... bem cultivada dá boa bolota! Avante Douradores o/