sábado, julho 26, 2008

A Transiberiana: parte 4

07h20: Acordo antes do toque do despertador. A noite foi mal passada pois não usei os tampões para os ouvidos.
Lá fora o tempo está horrível. Hoje ninguém deve ver o Sol sobre o Baikal. Chove esporadicamente.

Atravessamos uma ponte sobre o poderoso Rio Angara, um afluente do Ienissei e o único rio que nasce das águas do Lago Baikal.

Chegámos agora a Usolye-Sibirskoye(KM5124). Esta é a cidade que produz mais sal em toda a Sibéria. Tem também a maior fábrica de produção de toda a federação.

08h15: Estamos em Angarsk, cidade que vive da refinação de petróleo. É possível ver enormes torres de destilação, flares e chaminés a despejar espessas colunas de fumo sob o céu carregado. É como se o próprio céu tivesse saído das mesmas entranhas.

A partir do cais da estação, vejo uma longa estrada estreita e esburacada que atravessa um parque florestal até ao aglomerado populacional. Não vislumbro mais nada.

Vou ao vagão-restaurante mas não me servem nada. "Group...eat." - é tudo o que me sabe dizer a assistente. Olho em redor e só vejo turistas. Suponho que, como não faço parte de um "group", não tenho direito a "eat"...

Os passageiros e bagagens já se amontoam nos corredores e junto das entradas. Após quatro noites a bordo, suponho que a generalidade das pessoas esteja desejosa de chegar à estação. Com este tempo, eu não tenho grande pressa.

09h40: Chego a Irkutsk.



<< anterior seguinte >>

Sem comentários: