terça-feira, julho 15, 2008

O elo que faltava...

Acordo pelas 8h dum dia aparentemente igual a todos os outros. Mas, felizmente, é só aparentemente. Na verdade estou em pulgas. Esta manha solarenga de dia 15 de Julho marca a partida para uma odisseia há muito por mim aguardada. Parto para Este.

A ideia não é nova. Pelo menos, na minha mente, é quase tão antiga quanto as mais antigas memórias que guardo. O suficiente para que não me consiga lembrar de quando verdadeiramente eclodiu. Recordo aqueles noticiários dos anos 80, sentando em frente ao televisor a preto e branco dos meus avós, com menos de uma década de vida e da curiosidade que me despertavam as noticias vagas que passavam pela "cortina de ferro". Lembro-me também daquelas imagens de foguetões, satélites e cosmonautas com a insígnia CCCP. Mas que "mundo" e' este? Que pessoas são estas? Como conseguem estes feitos grandiosos? Como os conhecemos e porque os receamos? Talvez receemos o desconhecido... Foram questões que sempre ecoaram na minha cabeça. Lembro-me também, perfeitamente, da bombástica noticia de abertura dum noticiário numa tarde de Novembro de 1989, em que anunciavam a queda do muro de Berlim. Abria-se uma brecha na cortina. Recordo-me da felicidade das pessoas em poder atravessar, sem o risco duma rajada de metralhadora, uma fronteira fictícia num país que sempre foi uno. Recordo tanta coisa...

Os únicos preparativos que tive tempo para fazer foi obter vistos e comprar algum equipamento necessário. O resto, far-se-á pelo caminho, que os últimos dias foram extenuantes... o que uma pessoa não faz por uma magras semanas de férias.
Arrumo a mala à pressa que o meu amigo Nuno vem-me buscar ao meio-dia, para me levar ao aeroporto. Destino: Paris.
Não estava previsto voar, mas faz-me falta o visto de transito da Bielorrússia, a embaixada mais próxima é lá, tem horários apertados e já não há tempo - nem nervos - para arriscar um envio postal. Tive de telefonar uma semana inteira até conseguir falar com alguém. Assim que me disseram que me passavam o visto na hora, decidi-me. Passei lá pessoalmente e já tenho o visto no passaporte: o elo que faltava.
Já fiz, noutras ocasiões, a linha Lisboa-Paris. Por isso, este curto imprevisto não belisca o objectivo central. Esta tarde embarco rumo a Varsóvia, onde chegarei amanhã pela manhã. Depois... bem, depois segue a marcha rumo a este. Afinal, o que me motiva é a viagem, não o destino. Bem... esse, se interessar a alguém, é Hong-Kong.


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6 comentários:

Carlos Azevedo disse...

Vai com...... Deus ;) e que essa vontade de perseguir essas lembranças te levem cada vez mais longe.... e nos deixes ir junto!

abrs amigo

Anónimo disse...

Que bons ventos te levem... e te tragam de volta cheio de coisas boas para contares! Abraço,

Afonso disse...

Um resto de excelente viagem e de boas memórias.
Cá te espero em Hong-Kong...estou agora e estarei por perto quando chegares.
Faz boa viagem e cuidado com o tempo de visto e a unica entrada permitida na China, se sais já não entras de novo, fica o aviso.
Abraço amigo
Afonso Cerejo

Anónimo disse...

Desejo-te uma optima viagem, mas estou um pouco lixado contigo porque podiamos muito bem ter bebido um copo juntos em Paris ;-)

Um grande abraco e vai dando noticias,

Joe

Anónimo disse...

Boa viagem!

Que tudo corra bem e que tragas muitas historias para partilhar!

Quando chegas a Hong-kong?

Estou por essas bandas ate Setembro, pode ser q ainda bebebamos uma cerveja oriental!

abraço!

Pedro 112

Flicts disse...

Obrigada por me fazeres sonhar com esta viagem. Parabéns pela forma como escreves e nos levas contigo. Vou ler este blog com toda a atenção...