Marrocos!

Corria o mês de Julho. Após 6 meses a trilhar "maus caminhos com bons amigos", um "baptismo" Nomad em terras africanas parecia longe de se proporcionar. O tempo passava e o apelo do deserto fazia-se sentir com cada vez mais força.
"À primeira oportunidade, meto férias e mando-me para Marrocos...nem que seja sozinho!" - tal não chegou a ser necessário.
Informalmente, discutia com um amigo, e colega de trabalho, a possibilidade de efectuarmos um passeio em formato TT-turístico pelo sul de Marrocos - ele no 4X4, eu na moto.
Foi já no fim da primeira semana de Agosto que confirmei as almejadas férias para o final do mês, em sobreposição às dele :)
Pelo meio surgiram mais interessados no seio do seu grupo de amigos, e que acabou por engordar a comitiva para 4 pessoas no 4X4 - parecia exagerado para um passeio com estas premissas.
O percurso foi alinhavado estudando várias alternativas e reunindo tracks de várias fontes. O trajecto final era um compromisso frágil entre os interesses das pessoas envolvidas: por um lado eu, claramente o "radical" dos caminhos de terra e das paisagens remotas: e eles, os turistas convencionais em busca dos cheiros e cores exóticos das grandes cidades marroquinas. Cabia ao meu amigo a árdua tarefa de equilibrar os pratos e tentar conciliar as vontades...
Fica para a prosperidade o plano original:

Lisboa -> Fés ~ Asfalto
Fés -> Erfoud(Xaluca) ~ Asfalto
Erfoud -> Merzouga ~ Pista
Merzouga -> Zagora ~ Pista
Tagounite -> Foum Zguid -> Tata ~ Pista
Tata -> Akka -> Tan-tan ~ Asfalto
Tan-Tan -> Sidi Ifni ~ Pista
Sidi Ifni -> Agadir ~ Asfalto
Agadir -> Essaouira -> Marrakesk ~ Asfalto
Marrakesh -> Ouarzazat ~ Pista
Ouarzazat -> Imilchil ~ Pista
Imilchil -> Midelt ~ Pista
Midelt -> Lisboa ~ Asfalto

Parecia um bom compromisso entre o Todo-o-Terreno "Nomad" e o Turismo "Tuga".
Comigo levava, além do puramente essencial para mim, o que me parecia ser sensato( apenas sensato...não indispensável) levar para a moto: 1 ltr de óleo, rolamentos ;) (1 de cada), cabo de embraiagem e kit de transmissão, para além da ferramenta accessória ao estatuto nómada. Teria talvez uns 35kg de bagagem, bem distribuidos pelas duas Zega.
Não era pouco, mas também não era o suficiente para comprometer o desempenho TT da moto.
Calçada com um novo par de Metzeler Karoo, avizinhava-se este um bom teste à capacidade destes pneus em competir contra a hegemonia TKC no seio Nomad.
Não tive qualquer outro cuidado com a moto antes de partir. Os mais de 30.000Km rodados em todos os pisos, em pouco mais de 7 meses, deram-me a afinidade e confiança necessárias para partir para qualquer destino com total reabilidade.
Feitas as malas no dia 23 e no dia seguinte, pelas 18h, estava a sair de casa pronto para a minha primeira aventura africana!!

Inch'Allah!

próximo >>