quarta-feira, janeiro 04, 2006

Dia 1: De Lisboa ao Alvito

O despertador tocou às 8:00. Arrancado a um sono curto, nada tinha ainda preparado e desatei a fazer a trouxa à pressa. Pouca roupa e muita vontade compunham a minha bagagem.
Saltei para cima da moto já passavam as 9:00, hora que tinha combinado estar no Forum Montijo para me encontrar com os companheiros Nuno Cesár e Daniel Santos. Apressei-me a transpôr o Tejo e às 9:20 estava no local de encontro.
Da companhia ainda não havia sinal! O Nuno tinha tido um pequeno contratempo familiar e o Daniel lidava ainda com problemas no filtro de gasolina da "Suzy".
Pouco depois das 10:00 já estávamos reunidos e prontos para arrancar. Queriamos chegar ao coração do Alentejo o mais depressa possível, e decidimos percorrer a rota do "Terras do Sado" até ao Torrão, começando depois ali a navegação "desorientada" por trilhos desconhecidos.


Depois de transpor o "lago" que tanto trabalho deu no último passeio "Nomad", aguardei algum tempo pela chegada dos companheiros...


Pouco depois, decidi ligar ao Nuno para saber o que se passava. Do outro lado, respondeu-me: "Submarino!!"... Ao que parece o Daniel já acusava o calor da manhã solarenga e decidi mergulhar na mesma piscina que o nosso amigo Luís Duarte (na foto em baixo) escolheu naquela bela manhã de Novembro...


Depois de todos cruzarem o "lago" onde os esperava, desta vez sem escapatórias laterais e sem contratempos, continuámos pelo "Terras do Sado" ainda bastante alagadas... agora também com o Daniel bastante ensopado! :)


Rapidamente chegámos a Casebres onde nos aguardavam umas bifanas deliciosas que serviram de almoço. Antes de retomar os trilhos, o Daniel resolveu "despir-se" a rigor, livrou-se das calças ensopadas e enveredou pelo Alentejo adentro de ceroulas! Ah, Homem duro!


Encotrámos um Alentejo húmido e verdejante como já há alguns anos não conhecia. As duas fotos seguintes são do mesmo açude, a primeira tirada nos reconhecimentos em Setembro, a segunda presentemente:



Sem mais contratempos, progredimos até Sta Susana, transpusemos a Barragem do Pego do Altar e continuámos em direcção à Barragem do Vale do Gaio, encantados com o cenário duma recente plantação de oliveiras. Felizmente, ainda há quem ame a terra.


Já nas margens da Barragem, decidimos parar e absorver um pouco daquele cenário idílico. Porque há momentos que param no tempo, sinto-me um homem incomensuravelmente rico por poder partilhar momentos como este em tão perfeita companhia.



Continuámos a nossa rota conhecida até ao Torrão e a partir dali começou a navegação pura e dura, com muitos caminhos sem saída e muitos outros já inexistentes...


A progressão para Este era lenta e sinuosa e acabámos por encontrar o fim do dia nos arredores do Alvito. Na aproximação à vila, cruzámo-nos com dois velhos moinhos em ruínas e, quais "bungalows" de outra era, decidimos assentar mesmo ali o acampamento, sobre a colina, com a vila a nossos pés!



O Sol caía lentamente na planicíe enquanto montávamos as tendas...


Após instalado o "bivouac", fomos jantar à vila e regressámos para acender uma belissíma fogueira sob um céu translúcido rasgado pelo brilho das estrelas. Um momento único.




O lume foi desvanecendo conosco e retirámo-nos aos aposentos para uma noite passada como mais gostamos: a monte!

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