Serenamente, dirigi-me para Barrancos, última localidade portuguesa antes de entrar na Extremadura. Montijo, Águas de Moura, Alcácer do Sal, Torrão, Alvito, Moura... os kilómetros sucederam-se.
Pelas 23:00 estava já em território estremenho, numa bela estradinha estreita que serpenteava pela encosta da serra.
Estava cansado. Andei toda a semana a dormir pouco e aqueles 200 e muitos kilómetros de escuridão e ruído já pesavam no corpo. Em certos momentos, sentia-me de tal maneira dormente que era como se estivesse anestesiado em cima da moto. Em sobressalto, irrompia do entorpecimento mental que insistentemente me tentava subjugar.
As curvas apertadas sucediam-se a um ritmo constante, quase sempre acompanhadas de gravilha... uma combinação explosiva que exigia atenção redobrada!
Numa curva aparentemente inocente, distraí-me. Entrei rápido... a frente fugiu.

Parei um pouco para recuperar do susto. Estava a apenas 10Km do local de pernoita, junto à linha do caminho de ferro e foi com renovada cautela que me dispus a percorrê-los.
Encontrei o grupo em amena cavaqueira junto à linha. Instalei-me sob um imenso céu estrelado e disfrutámos do convívio até às tantas...

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